Os modelos atuais de transmitir a Ciência acabou por omitir uma discussão que ao longo dos anos foi ganhando importância e gerando muito debate na sociedade moderna. Trata-se do tema da interação entre Ciência e Tecnologia, do progresso produzido pelas tecnologias modernas, da forma como essas tecnologias se ‘apropriam’ de descobertas científicas e geram um novo tipo de mercadoria, de grande ‘valor econômico’, que são os domínios particulares de conquistas tecnológicas protegidas por uma legislação de marcas e patentes.
Observa-se que, paralelamente ao espantoso crescimento científico, cresce também, escandalosamente a miséria e a violência no mundo. Ao mesmo tempo em que assistimos sofisticadas conquistas no campo da técnica, presenciamos diversas formas desumanas de sobrevivência aumentando.
A banalização destas questões sociais pela mídia, tornaram-se objeto de sobrevida para governos e instituições paternalistas que ao invés de procurar estudar alternativas concretas para a solução da problemática preferem distribuir medicamentos, cestas básicas e outros tipos de auxílios aos miseráveis excluídos pela iniciativa privada, uma vez que estes não congregam mais uma economia a força produtiva, tornando-se excedente, pela entrada e capitação de mão de obra nova e mais barata no mercado.
Surgem, por isso, algumas perguntas pertinentes e inevitáveis: que progresso é esse que parece produzir um aumento da miséria em largos setores da sociedade? Que forma de progresso seria mais conveniente para se obter o bem-estar de toda a sociedade, presente e futura, e não apenas o benefício de uma minoria privilegiada? Como diminuir a exclusão social gerada pela moderna interação entre ciência e tecnologia? Poder-se-ia afirmar que, para isso, deveria haver um “progresso autêntico”, baseado em uma tecnologia “apropriada” a esse bem-estar de toda a sociedade e não apenas aos interesses econômicos privados.
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