segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Reflexão Necessária


Mais um ano se despede sem muitos avanços em termos de políticas ecologicamente corretas. Aquela que trás em seu bojo o único objetivo de integrar o homem a Natureza o que conseqüentemente possibilitará a humanidade ter melhor qualidade de vida. Como disseram os franceses no passado: “com mais liberdade, igualdade e fraternidade”, mas, desta vez com um foco mais avançado, uma vez que a compreensão da interdependência entre o homem e a Natureza é fato incontestável. O que sentencia que o primeiro não pode viver sem o último.

            Como adverte o físico Fritjof Capra. As implicações para a manutenção de comunidades humanas sustentáveis são, mais uma vez, obvias. A energia solar, em suas muitas formas; o vento, a energia hidráulica e a biomassa, e assim por diante é o único tipo de energia que é renovável, economicamente eficiente e ambientalmente benigna. Negligenciando esse fato ecológico, nossos políticos e empresários repetidas vezes ameaçam a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo. Um exemplo clássico podemos citar a guerra do Golfo Pérsico, em 1991, que matou centenas de milhares de pessoas, empobreceu outros tantos milhões e causou desastres ambientais sem precedentes. A raiz dessa guerra era o domínio da política sobre questões de energia efetuadas pelos governos americanos de Reagan e Bush.

            A descrição de energia solar como economicamente eficiente presume que os custos da produção de energia sejam calculados com honestidade. Não é esse o caso na maioria das economias de mercado da atualidade. O chamado mercado livre não fornece aos consumidores informações adequadas, pois os custos sociais e ambientais de produção não participam dos atuais modelos econômicos. Esses custos são rotulados de variáveis “externas” pelos economistas do governo e das corporações, pois não se encaixam em suas estruturas teóricas.

            Não é em vão que vimos diariamente nos noticiários o avanço do degelo das calotas polares e nos picos mais elevados do planeta, quando falamos de aquecimento global. Da mesma forma as avalanches que não são mais exclusivas das montanhas nevadas, mas agora das encostas desmatadas e ocupadas irregularmente. As tempestades aterradoras aparecem com nomes novos tais como as que aconteceram aqui mesmo no Brasil, na serra gaúcha e há pouco tempo no meio Oeste catarinense, as quais ganharam nova denominação que poderão tornar-se populares; as “Micro-explosões”. Imaginem quando tornarem-se macros?

            Na contramão de tudo isso, observamos político viciados, aumentando o seu próprio salário, sendo conduzidos de roldão por um modelo econômico vistos pelas cotações das bolsas de valores e pelos grandes investimentos e capitação de capitais pelos grandes bancos. Governos fomentando o consumo irresponsável de qualquer maneira para manter o modelo econômico que degenera o planeta. A religião cristã se fragmentando em centenas de outras igrejas com promessas de melhorar a situação financeira, matrimoniais, etc., de seus leigos fiéis, esquecendo-se do ensinamento principal do Cristo que afirma que “sem a caridade não há salvação”.

            O momento é de reflexão. Não basta fazer a mea culpa, é preciso ação, mudança de atitude.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Uma preocupação


Algumas coisas parecem persistir em nos tirar a tranqüilidade, principalmente das pessoas engajadas na luta por uma melhor qualidade de vida, onde o foco reside na harmonia de convívio do homem com a Natureza.
         Vivemos em uma região amplamente degradada, onde são raríssimos os locais que ainda estão livres da degradação ambiental. Digo que ainda, porque mais cedo ou mais tarde, alguém vai fazer por conta própria, sem nenhuma fiscalização de quem deveria atuar para impedir, ou mesmo que os órgãos públicos responsáveis pela aplicação da lei, concedam uma pré-licença ou licença, ou ainda que uma determinada secretaria de uma prefeitura, leiga no assunto, autorize a ocupação deste ambiente, sem a maior preocupação com o que lá existe ou com a conseqüência que podem advir a curto e médio prazo para o ecossistema regional.
         Quando se trata de fiscalização voltada para defender a posse de direito individual econômico, aí vimos campanhas de prevenção ou ações repressivas contra quem atua fora da lei, mas se mudamos o foco para o coletivo, a coisa muda de figura, que falar então da aplicação da lei nos crimes ambientais, que na região acontecem a todo o momento a vista de todos?
         Muitos projetos e licenças são feitos e concedidos sem se quer o autor tenha ido in loco conhecer a biodiversidade do local aonde vai se pretender explorar. Isso infelizmente, pelo que notamos, é muito comum na região, onde áreas de proteção permanente foram, ou ainda estão, sendo utilizadas irregularmente, como já mostramos em outras oportunidades nesta coluna.
         Os prefeitos e principalmente os vereadores da região estão muito longe de entender essa realidade. Se bem que desconheço os interesses políticos de cada um. Só que uma coisa posso afirmar:  Ninguém ainda, tem o direito moral de usar a mídia para se considerar defensor da natureza pois isto será demagogia diante do que até agora apresentaram de concreto.
         A sustentabilidade do meio ambiente é coisa muito importante para vida e séria. É assim que devemos considerar e agir.