Mais um ano se despede sem muitos avanços em termos de políticas ecologicamente corretas. Aquela que trás em seu bojo o único objetivo de integrar o homem a Natureza o que conseqüentemente possibilitará a humanidade ter melhor qualidade de vida. Como disseram os franceses no passado: “com mais liberdade, igualdade e fraternidade”, mas, desta vez com um foco mais avançado, uma vez que a compreensão da interdependência entre o homem e a Natureza é fato incontestável. O que sentencia que o primeiro não pode viver sem o último.
Como adverte o físico Fritjof Capra. As implicações para a manutenção de comunidades humanas sustentáveis são, mais uma vez, obvias. A energia solar, em suas muitas formas; o vento, a energia hidráulica e a biomassa, e assim por diante é o único tipo de energia que é renovável, economicamente eficiente e ambientalmente benigna. Negligenciando esse fato ecológico, nossos políticos e empresários repetidas vezes ameaçam a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo. Um exemplo clássico podemos citar a guerra do Golfo Pérsico, em 1991, que matou centenas de milhares de pessoas, empobreceu outros tantos milhões e causou desastres ambientais sem precedentes. A raiz dessa guerra era o domínio da política sobre questões de energia efetuadas pelos governos americanos de Reagan e Bush.
A descrição de energia solar como economicamente eficiente presume que os custos da produção de energia sejam calculados com honestidade. Não é esse o caso na maioria das economias de mercado da atualidade. O chamado mercado livre não fornece aos consumidores informações adequadas, pois os custos sociais e ambientais de produção não participam dos atuais modelos econômicos. Esses custos são rotulados de variáveis “externas” pelos economistas do governo e das corporações, pois não se encaixam em suas estruturas teóricas.
Não é em vão que vimos diariamente nos noticiários o avanço do degelo das calotas polares e nos picos mais elevados do planeta, quando falamos de aquecimento global. Da mesma forma as avalanches que não são mais exclusivas das montanhas nevadas, mas agora das encostas desmatadas e ocupadas irregularmente. As tempestades aterradoras aparecem com nomes novos tais como as que aconteceram aqui mesmo no Brasil, na serra gaúcha e há pouco tempo no meio Oeste catarinense, as quais ganharam nova denominação que poderão tornar-se populares; as “Micro-explosões”. Imaginem quando tornarem-se macros?
Na contramão de tudo isso, observamos político viciados, aumentando o seu próprio salário, sendo conduzidos de roldão por um modelo econômico vistos pelas cotações das bolsas de valores e pelos grandes investimentos e capitação de capitais pelos grandes bancos. Governos fomentando o consumo irresponsável de qualquer maneira para manter o modelo econômico que degenera o planeta. A religião cristã se fragmentando em centenas de outras igrejas com promessas de melhorar a situação financeira, matrimoniais, etc., de seus leigos fiéis, esquecendo-se do ensinamento principal do Cristo que afirma que “sem a caridade não há salvação”.
O momento é de reflexão. Não basta fazer a mea culpa, é preciso ação, mudança de atitude.
Nenhum comentário:
Postar um comentário