MEMORIAL DA FAMÍLIA COLARES/COLLARES
Antonino de Guimarães Colares (Collares), nascido, filho de Victorino D’Oliveira Colares (Collares) e de Maria Rita de Guimarães neste distrito de Sombrio, Município de Araranguá, Estado de Santa Catarina, em 04 de abril de 1925.
Ascendentes por parte de pai: Vô,
Antonino da Cunha Collares (1875); Bisavô, Genoíno Ignácio Collares (1849) e
Tataravô, Joaquim Ignácio Collares (1793).
Ascendentes por parte de mãe: Pai,
Pedro Profeta de Guimarães; Vô, Elias Monteiro de Guimarães; Bisvô, João José
de Guimarães.
Importante frisar os reencontros matrimoniais
entre famílias relativamente próximas à época. Destacamos o ocorrido com
Victorino D’Oliveira Colares (Collares) e Maria Rita de Guimarães. Repetindo o feito de Genuíno Ignácio Collares
e Gertrudes Maria da Cunha, neta de João José de Guimarães e filha do então
vereador que representava os interesses do distrito de Sombrio junto Câmara de
vereadores Municipal de Araranguá, a saber, Luiz Antônio da Cunha que tinha
como esposa Marculina Monteiro de Guimarães, uma das filhas de João José de
Guimarães.
Mas quem era esse descendente direto
dos Collares & Guimarães, as primeiras famílias a se estabelecerem nessas
terras que hoje é o atual município de Sombrio?
Antonino, embora as dificuldades de
ter escolas por aqui à época, conseguiu aprender ler e escrever e usar a base
da geometria e cálculo matemático. Trabalhou com seu irmão Ibraim, quando
jovem, já confecção artesanal de telhas de barro branco, cujas formas de
madeiras eram colocadas sobre uma das coxas e com as mãos distendiam o barro
amassado espalhando por toda a forma até ficar prontas. Depois eram levadas com
o caxilo até as grades par secar antes de serem levadas a queima junto ao
forno.
Assim foi até que devido a uma
doença temporal, seu pai Victorino com penas 40 anos de idade veio a
convalescer fortemente com uma febre vindo a perder a vida.
Não se tem com clareza qual o
destino que Maria Rita deu a olaria da família. Contudo Antonino e Ibraim foram
para a lavoura. Antonino Aprendeu o ofício de pedreiro e mais habilmente o
ofício da carpintaria. Construía todo o tipo de peças e engrenagens de madeiras
para engenhos de farinha, de milho, de açúcar mascavo. Ou seja entendia um
pouco de tudo e tudo o que fazia era tão bem estruturado que seu nome correra
por toda a região. Nunca lhe faltou serviço nas áreas de carpintaria e de
pedreiro.
Em 1946, casou-se com Clotilde
Pereira Colares, filha de Vitorvino Manoel Pereira e de Cristina Claudino de
Jesus, ocorrido na Igreja Santo Antônio de Pádua, no distrito de Sombrio,
Município de Araranguá. Do Casamento tiveram nove filhos: Maria Margarida
Colares, Enor Pereira Colares, Darcí Pereira Colares (In Memorian), Antenor Pereira Colares, Maria Cristina Colares,
Fátima Regina Colares (In Memorian),
Carlo Tadeu Colares, Edimilson Pereira Colares e João Batista Colares. Todos
atualmente residindo no Município de Sombrio, com predominância a comunidade de
São Camilo.
No de 1970, com a construção do Rodovia
BR-101, tendo os engenheiros da empresa Rodo Férrea, não conseguido encontrar
um maneira eficaz de resolver as constantes rachaduras nos fornos de
aquecimento do petróleo bruto para transformar o piche em asfalto, procuraram
Antonino, que orientou a mistura de determinada quantidade de açúcar a massa de
argila. O fato chamou a atenção dos engenheiros que resolveram contratar o
humilde pedreiro para trabalhar na manutenção dos fornos.
Em 1973, a família se mudou do Morretinho
e foi residir nas Furnas, atual São Camilo. O objetivo era ingressar na
fumicultura em alta na época.
Como não havia o fornecimento de
energia elétrica àquela comunidade, Antonino reuniu seus primos e vizinhos para
uma reunião junto a Cooperativa de Eletrificação Rural de Sombrio. Depois de
muitas idas e vindas e a perspicácia de
Antonino que mantinha boas relações com o prefeito da época, senhor Arlindo
Cunha, a tão sonhada energia elétrica chegava à comunidade.
Na década de 80, Antonino preocupado
com a educação das crianças, mas principalmente de adultos, cedeu o galpão da
estufa de fumo para a professora Carolina Pereira de Vargas lecionar. Ainda nos
dias atuais a professora conta muita emoção das conversas e dos cafés que
tomava na casa do “seu Antonino”. no intervalo
das aulas.
O Sonho da escola veio a se
materializar em 1983, construída pelo então prefeito José João Scheffer com
quem Antonino tinha bom relacionamento.
No
ano de 1985, chegou até a comunidade de Furnas, as missões redentoristas. A
primeira casa que hospedou o missionário lajeano, foi a de Antonino, que o
recebeu com simplicidade e modéstia durante o período que lá esteve. Já na
época havia uma pequena escolinha de ensino fundamental onde os encontros
religiosos se realizavam.
É
bom enfatizar que desde os tempos do prefeito José Tiscoski, Antonino já se
preocupava com o nivelamento da estrada, que eram feitas por um trator agrícola
com uma lâmina conectada na sua parte posterior. Talvez essa sua participação
nas obras de interesse público tenha sido assimilada de seu pai, Victorino, que
trabalhou na construção da primeira ponte sobre o Rio da Laje ligando Sombrio
ao interior.
Após
as missões a comunidade de Furnas foi batizada como São Camilo e mais uma vez,
lá estava Antonino a lutar pela construção do Salão que abrigaria ao seu lado a
Capela de São Camilo de Léllis.
A
pessoa simples, mas perseverante em todos os assuntos ligados ao
desenvolvimento da comunidade onde morava foi o grande legado desse homem que
amou a comunidade onde viveu todos os seus 80 anos de vida. É bom lembrar, que
até os seus 67 anos, ainda construía casas para os filhos. A última foi a do
casula, João Batista. Todavia ainda mesmo abatido por um forte AVC, emocionado
colocou os primeiros tijolos da atual capela São Camilo de Léllis.
Na
parte cultural era um exímio tocador de violão, como seus ancestrais. Cantava o
Terno de Reis, dançava o Rilo (dança de
tradição açoriana), brincava com os bichos do boi de mamão. Era
habilidoso no uso do bodoque. Em fim esse era Antonino de Guimarães Colares,
primo, parente de todos os Colares de Santa Catarina.
Colocar as redes sociais para compartilhar. Parabéns pelo trabalho e luta.
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